A taverna estava praticamente vazia. Já era muito tarde e os poucos clientes presentes já estavam embriagados de cerveja e vinho baratos; até os músicos da casa estavam caídos no palco adormecidos. A rapariga percebeu que não conseguiria nenhum dinheiro aquela noite e se levantou do balcão abaixando a barra do vestido volumoso. Quando já estava seguindo em direção a porta viu a mesma ser escancarada com agressividade...
...Ela despertou deitada em uma cama requintada e confortável com a melhor palha da região sob os lençóis. Lá fora começava a chover muito forte, na verdade era uma tempestade. A rapariga tentava entender tudo e lembrar com tinha chegado ali. Quando estava tentando rever os últimos acontecimentos notou que era observada. Um homem perto da janela, na escuridão, fitava a sua figura confusa. Um relâmpago iluminou seu rosto e ela percebeu o que ele era...
Sara acordou subitamente, como se tivesse sido convocada a despertar do pesadelo que estava tendo. A noite estava silenciosa em seu apartamento de um quarto mantido a muito custo com um salário de jornalista freelancer e revisora. A lua estava cheia e iluminava o cômodo ainda sem cortinas. Ela levantou da cama e foi até o banheiro. Sem acender as luzes lavou o rosto e encarou seu reflexo à meia luz da lua. Depois desse sonho ela não podia mais dormir, acendeu a luz da sala e pegou umas folhas em branco e uma caneta. Estava fazendo tudo meio inconscientemente como se fosse uma marionete de alguém. Começou a escrever e não sabia de onde vinha a inspiração e nem porque escrevia aquilo. Nunca escrevera histórias assim, nem gostava muito desses assuntos.
A caneta corria sozinha, mas dava tempo de ler o que estava sendo escrito. Ela contava a história de uma mulher do século XV e de seu encontro fatal com um vampiro. Estava narrada em primeira pessoa como se a própria mulher estivesse escrevendo naquele momento. O núcleo principal era a vida dessa mulher, mas o texto revelava coisas perturbadoras a respeito do mundo dos vampiros detalhes íntimos que só as próprias criaturas das trevas deveriam saber. As semelhanças com o pesadelo de Sara eram óbvias e ela não ignorava isso. Estava fascinada com aquela experiência paranormal.
O diário dessa mulher da Idade Media era muito intrigante. Ele narrava brevemente a história de sua vida, na primeira parte, até a noite em que fora capturada por um vampiro em uma taverna (e aí que a história ficava interessante). Esse vampiro a manteve presa por alguns meses se alimentando dela constantemente e deixando-a cada vez mais fraca e louca até sua morte inevitável. Depois a história contava que ela havia decidido permanecer neste plano após a morte para vingar-se da coisa que a matou. Transformou-se num espírito errante e acompanhava a passagem do vampiro através dos séculos apesar dos esforços dele para exorciza-la.
As páginas foram sendo escritas. Dez páginas, vinte, cinqüenta, duzentas e, quando a qüinquagésima quarta foi finalizada, a caneta parou. Sara olhou para a pilha de folhas formada ao lado e ficou impressionada. Eram quatro e meia da madrugada e mesmo assim ela estava sem sono. Olhou pela janela aberta a noite até agora silenciosa e esticou os braços para cima com preguiça. Sua mão doía e os dedos estavam duros e imóveis ela levantou-se, apagou a luz e atravessou o corredor para ir ao banheiro de novo. Ela pensava no sucesso daquele livro tão inusitado, com certeza iria publicar, utilizaria seus contatos na indústria e faria com que aquela história fosse conhecida mundialmente. A tragédia da vida de uma rapariga medieval e os segredos macabros da vida dos vampiros. Só faltava um título e estava pensando nisso quando voltava para sala escura para guardar a pilha de folhas no seu arquivo pessoal. No corredor ela percebeu uma brisa forte entrando no cômodo e apressou-se para que o vento não espalhasse as páginas soltas, mas, quando chegou, toda a pilha havia sumido sem explicação. Ela olhou sem acreditar para a mesa vazia e a caneta derrubada no chão estava decepcionada. De repente ocorreu-lhe um pensamento e ela compreendeu o que tinha ocorrido naquela noite onde ela servira de instrumento na vingança fracassada de um espírito errante contra um vampiro secular.
...Ela despertou deitada em uma cama requintada e confortável com a melhor palha da região sob os lençóis. Lá fora começava a chover muito forte, na verdade era uma tempestade. A rapariga tentava entender tudo e lembrar com tinha chegado ali. Quando estava tentando rever os últimos acontecimentos notou que era observada. Um homem perto da janela, na escuridão, fitava a sua figura confusa. Um relâmpago iluminou seu rosto e ela percebeu o que ele era...
Sara acordou subitamente, como se tivesse sido convocada a despertar do pesadelo que estava tendo. A noite estava silenciosa em seu apartamento de um quarto mantido a muito custo com um salário de jornalista freelancer e revisora. A lua estava cheia e iluminava o cômodo ainda sem cortinas. Ela levantou da cama e foi até o banheiro. Sem acender as luzes lavou o rosto e encarou seu reflexo à meia luz da lua. Depois desse sonho ela não podia mais dormir, acendeu a luz da sala e pegou umas folhas em branco e uma caneta. Estava fazendo tudo meio inconscientemente como se fosse uma marionete de alguém. Começou a escrever e não sabia de onde vinha a inspiração e nem porque escrevia aquilo. Nunca escrevera histórias assim, nem gostava muito desses assuntos.
A caneta corria sozinha, mas dava tempo de ler o que estava sendo escrito. Ela contava a história de uma mulher do século XV e de seu encontro fatal com um vampiro. Estava narrada em primeira pessoa como se a própria mulher estivesse escrevendo naquele momento. O núcleo principal era a vida dessa mulher, mas o texto revelava coisas perturbadoras a respeito do mundo dos vampiros detalhes íntimos que só as próprias criaturas das trevas deveriam saber. As semelhanças com o pesadelo de Sara eram óbvias e ela não ignorava isso. Estava fascinada com aquela experiência paranormal.
O diário dessa mulher da Idade Media era muito intrigante. Ele narrava brevemente a história de sua vida, na primeira parte, até a noite em que fora capturada por um vampiro em uma taverna (e aí que a história ficava interessante). Esse vampiro a manteve presa por alguns meses se alimentando dela constantemente e deixando-a cada vez mais fraca e louca até sua morte inevitável. Depois a história contava que ela havia decidido permanecer neste plano após a morte para vingar-se da coisa que a matou. Transformou-se num espírito errante e acompanhava a passagem do vampiro através dos séculos apesar dos esforços dele para exorciza-la.
As páginas foram sendo escritas. Dez páginas, vinte, cinqüenta, duzentas e, quando a qüinquagésima quarta foi finalizada, a caneta parou. Sara olhou para a pilha de folhas formada ao lado e ficou impressionada. Eram quatro e meia da madrugada e mesmo assim ela estava sem sono. Olhou pela janela aberta a noite até agora silenciosa e esticou os braços para cima com preguiça. Sua mão doía e os dedos estavam duros e imóveis ela levantou-se, apagou a luz e atravessou o corredor para ir ao banheiro de novo. Ela pensava no sucesso daquele livro tão inusitado, com certeza iria publicar, utilizaria seus contatos na indústria e faria com que aquela história fosse conhecida mundialmente. A tragédia da vida de uma rapariga medieval e os segredos macabros da vida dos vampiros. Só faltava um título e estava pensando nisso quando voltava para sala escura para guardar a pilha de folhas no seu arquivo pessoal. No corredor ela percebeu uma brisa forte entrando no cômodo e apressou-se para que o vento não espalhasse as páginas soltas, mas, quando chegou, toda a pilha havia sumido sem explicação. Ela olhou sem acreditar para a mesa vazia e a caneta derrubada no chão estava decepcionada. De repente ocorreu-lhe um pensamento e ela compreendeu o que tinha ocorrido naquela noite onde ela servira de instrumento na vingança fracassada de um espírito errante contra um vampiro secular.